O livro “Uma vida com propósitos” de Rick Warren sugere a leitura e meditação de apenas um capítulo por dia. Isso porque ele traz profundas reflexões a respeito de verdades bíblicas que de fato precisam da nossa atenção.
O “dia 20” do livro traz como título “Restaurando a comunhão” e logo no primeiro parágrafo relata que “uma vez que a vida consiste em aprender a amar, Deus quer que valorizemos os relacionamentos e nos esforcemos para mantê-los, em vez de descartá-los sempre que houver desacordo, mágoas ou conflitos”.
Na sociedade em que vivemos, com tantos pontos de vistas e ideias em confronto constantes, muitas vezes romper com um relacionamento acaba sendo a primeira opção. Mas, olhando para as escrituras sagradas é bem fácil identificar que boa parte do Novo Testamento é dedicada a ensinar o cristão a como lidar uns com os outros.
E mesmo aqueles que não são cristãos ou que não professam qualquer prática de fé – mas que têm interesse em viver de maneira mais harmoniosa com o seu próximo – também podem considerar os sábios conselhos da Palavra de Deus.
Considerando que todos temos anseios, opiniões, modos de vida e pontos de vista bem diferentes, muitas vezes a discordância é certeira. Mas a grande sacada aqui está justamente em aprender a como restaurar relacionamentos desfeitos ou complicados, já que a divergência muitas vezes é inevitável.
Na sequência do capítulo, o autor relaciona sete passos bíblicos para a restauração da comunhão. Vamos a eles:
Fale com Deus antes de falar com a pessoa que lhe ofendeu ou que você ofendeu. A matemática é bem simples: converse com Deus sobre o problema. Para um cristão, orar é ou deveria ser uma prática tão natural quanto escovar os dentes ou comer (realizado todos os dias). Se conversamos com Deus sobre dificuldades e problemas financeiros, por que não falaríamos com Ele sobre o problema que causou o rompimento ou o afastamento de alguém que amamos?
“Se você orar a respeito do conflito em vez de se juntar a alguém para murmurar, descobrirá que, em geral, ou Deus muda o seu coração ou muda o coração da outra pessoa, sem sua ajuda. Todos os relacionamentos seriam mais tranquilos se você tão somente orasse mais a respeito deles”, coloca o autor.
Tome sempre a iniciativa. Em resumo a regra é bem simples: não importa se você ofendeu ou foi ofendido. Deus espera sempre que você dê o primeiro passo para consertar a situação. Restaurar a comunhão é algo tão importante que Jesus priorizou-a em detrimento ao culto de adoração (Mt 5:23,24).
Outra orientação importante é que essa conversa visando reconciliação não deve ocorrer se você estiver cansado, apressado ou tiver outro compromisso que o faça ser interrompido.
Demonstre compaixão pelos sentimentos dos outros. Use mais os ouvidos do que a boca (Tg 1:19).
Antes de tentar solucionar qualquer problema ou desavença, leve em consideração os sentimentos dos outros (Fp 2:4).
Não comece a converse tentando arrancar da pessoa o que ela sente. Ouça-a apenas deixando que se descarregue emocionalmente sem ficar na defensiva. Se você parar para pensar, todos nós agimos irracionalmente quando somos feridos. A Bíblia diz em Provérbios 19:11 que “a sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas”.
Confesse sua parte no conflito. Se seu desejo é realmente a reconciliação com o outro, comece admitindo seus erros e transgressões em relação à situação tratada. Antes de falar com o outro, peça a Deus que lhe mostre sua parcela de responsabilidade no conflito e o quanto você contribuiu para ele. Lembre-se que a confissão é uma ferramenta poderosa para a reconciliação.
Invista contra o problema, não contra a pessoa. Não há como solucionar o problema se você está preocupado em identificar a culpa.
Lembre-se de Provérbios 15:1, pois na solução de conflitos, a maneira de falar é tão importante quanto o que se fala. Se você se expressar de maneira ofensiva, a outra pessoa ouvirá de forma defensiva.
Coopere tanto quanto possível. Em Romanos 12:18 o apóstolo Paulo diz “tende paz com todos os homens quanto depender de vós”. Em outras palavras, a paz sempre tem uma etiqueta de preço. “Às vezes, custa nosso orgulho. E quase sempre custa nosso egoísmo”. Pelo bem da comunhão, faça o melhor que puder para chegar a um acordo.
Enfatize a reconciliação, não a solução. Quando focamos na reconciliação, o problema perde a importância e não raro se torna irrelevante. É possível restabelecer um relacionamento mesmo quando somos incapazes de resolver nossas diferenças. E nesse caso, é possível caminhar de braços dados sem concordar com tudo.
Isso não significa que você deva desistir de encontrar uma solução para o conflito. Lembre-se, entretanto, que reconciliação significa fazer as pazes, não necessariamente esquecer o assunto.
Quando você tenta promover a paz, está fazendo o que Deus faria. É por isso que os pacificadores são chamados “filhos de Deus” (Mt 5:9).
Para encerrar essa reflexão, confira o louvor “Paz” de Heloísa Rosa: